Catecismo da Igreja Católica 101-184


 A SAGRADA ESCRITURA

                                I.          Cristo – Palavra única da Sagrada Escritura

 

101.             Na condescendência de sua bondade, Deus, para revelar-se aos homens, fala-lhes em palavras humanas. “Com efeito, as palavras de Deus, expressas por línguas humanas, fizeram-se semelhantes à linguagem humana, tal como outrora o Verbo do Pai Eterno, havendo assumido a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos homens”.

 

102.             Por meio de todas as palavras da Sagrada Escritura, Deus pronuncia uma só Palavra, seu Verbo único, no qual se expressa por inteiro:

“Lembrai-vos que é uma mesma a Palavra de Deus que está presente em todas as Escrituras, que é um mesmo Verbo que ressoa boca de todos os escritores sagrados; ele que, sendo no início Deus junto de Deus, não tem necessidade de sílabas, por não estar submetido ao tempo”.

 

103.             Por este motivo, a Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, como venera o Corpo do Senhor. Ela não cessa de apresentar aos fiéis o Pão da vida tomado da Mesa da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo.

 

104.             Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra incessantemente seu alimento e sua força, pois nela não acolhe somente uma palavra humana, mas o que ela é realmente: a Palavra de Deus. “Com efeito, nos Livros Sagrados, o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala”.

 

                            II.          Inspiração e verdade da Sagrada Escritura

 

105.             Deus é o autor da Sagrada Escritura. As coisas divinamente reveladas, que estão contidas e são apresentadas nos livros da Sagrada Escritura, foram registradas sob a inspiração do Espírito Santo”.

“A santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica, tem como sagrados e canônicos os livros completos tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, porque, escritos sob a inspiração do Espírito Santo, eles têm Deus como autor, e nesta sua qualidade, foram confiados à própria Igreja”.

 

106.             Deus inspirou os autores humanos dos livros sagrados. “Na redação dos livros sagrados, Deus escolheu homens, dos quais se serviu, fazendo-os usar suas faculdades e capacidades, a fim de que, agindo ele próprio neles e por meio deles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que ele próprio queria”.

 

107.              Os livros inspirados ensinam a verdade. “Portanto, já que tudo o que os autores inspirados (ou hagiógrafos) afirmam deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, deve-se professar que os livros da Escritura ensinam, com certeza, fidelidade e sem erro, a verdade que Deus, em vista de nossa salvação, quis que fosse registrada nas Sagradas Escrituras”.

 

108.             Todavia, a fé cristã não é uma “religião do Livro”. O Cristianismo é a religião da “Palavra de Deus”, “não de uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo”. Para que as Escrituras não permaneçam letra morta, é preciso que Cristo, Palavra eterna de Deus vivo, pelo Espírito Santo, nos abra o espírito à compreensão das Escrituras.

 

                         III.          O Espírito Santo, intérprete da Escritura

 

109.              Na Sagrada Escritura, Deus fala ao homem à maneira dos homens. Para bem interpretar a Escritura é preciso, portanto, estar atento àquilo que os autores humanos quiseram realmente afirmar e àquilo que Deus quis manifestar-nos pelas palavras deles.

 

110.             Para descobrir a intenção dos autores sagrados, há que levar em conta as condições de sua época e de sua cultura, os "gêneros literários" em uso naquele tempo, os modos, estão correntes, de sentir, falar e narrar. "Pois a verdade é apresentada e expressa de maneiras diferentes nos textos que são, de vários modos históricos ou proféticos, ou nos demais, de outros gêneros de expressão".

 

111.             Por ser a Sagrada Escritura inspirada, há outro princípio da interpretação correta, não menos importante que o anterior, e sem o qual a Escritura permaneceria “letra morta”: "A Sagrada Escritura deve também ser lida e interpretada com a ajuda daquele mesmo Espírito em que foi escrita". O Concílio do Vaticano II indica três critérios para a interpretação da Escritura conforme ao Espírito que a inspirou:

 

112.             1. Prestar muita atenção "ao conteúdo e à unidade da Escritura inteira". Pois, por mais diferentes que sejam os livros que a compõem, a Escritura é una, em razão da unidade do projeto de Deus, do qual Jesus Cristo é o centro e o coração, aberto depois de sua Páscoa.

"O coração de Cristo designa a Sagrada Escritura, que nos dá a conhecer o coração de Cristo. Este coração estava fechado antes da Paixão, porque a Escritura estava cheia de obscuridades. Porém a Escritura foi aberta após a Paixão, pois os que, a partir daí, têm a compreensão dela consideram e discernem de que maneira as profecias devem ser interpretadas".

 

113.             2. Ler a Escritura dentro da "Tradição viva da Igreja inteira". Consoante um adágio dos Padres – Sacra Scriptura principalius est in corde Ecclesiae quam in materialibus instrumentis scripta – "A Sagrada Escritura está escrita mais no coração da Igreja do que nos instrumentos materiais". Com efeito, a Igreja leva, em sua Tradição, a memória viva da Palavra de Deus, e é o Espírito Santo que lhe dá a interpretação espiritual da Escritura ("… secundum spiritualem sensum quem Spiritus donat Ecclesiae" – ... segundo o sentido espiritual que o Espírito Santo dá à Igreja").

 

114.             3. Estar atento "à analogia da fé". Por "analogia da fé" entende-se a coesão das verdades da fé entre si e no projeto total da Revelação.

 

OS SENTIDOS DA ESCRITURA

115.             Segundo uma antiga tradição, podemos distinguir dois sentidos da Escritura: o sentido literal e o sentido espiritual, subdividindo-se este último em sentido alegórico, moral e anagógico. A concordância profunda dos quatro sentidos assegura a sua riqueza à leitura viva da Escritura na Igreja.

 

116.             O sentido literal. É o sentido significado pelas palavras da Escritura e descoberto pela exegese que segue as regras da correta interpretação. “Omnes sensus (sc. Sacrae Scripturae) fundentur super litteralem” – “Todos os sentidos (da Sagrada Escritura) devem estar fundados no sentido literal”.

 

117.             O sentido espiritual. Graças à unidade do projeto de Deus, não somente o texto da Escritura, mas também as realidades e os acontecimentos de que ele fala, podem ser sinais.

1. O sentido alegórico. Podemos adquirir uma compreensão mais profunda dos acontecimentos, reconhecendo o seu significado em Cristo. Assim, a travessia do Mar Vermelho é um sinal da vitória de Cristo e também do Batismo.

2. O sentido moral. Os acontecimentos relatados na Escritura devem nos conduzir a um justo agir. Eles foram escritos “como advertência para nós” (1 Cor 10, 11).

3. O sentido anagógico. Podemos ver realidades e acontecimentos em sua significação eterna, nos conduzindo (em grego: “anagogé”) à nossa Pátria. Assim, a Igreja terrestre é sinal da Jerusalém celeste.

 

118.             Um dístico medieval resume a significação dos quatro sentidos:

“Littera gesta docet, quid credas allegoria, moralis quid agas, quo tendas anagogia”. “A letra ensina o que aconteceu; a alegoria, o que deves crer; a moral, o que deves fazer; a anagogia, para onde deves caminhar”.

 

119.             “É dever dos exegetas esforçarem-se, dentro dessas diretrizes, por entender e expor maior aprofundamento o sentido da Sagrada Escritura, afim de que, por seu trabalho de certo modo preparatório, amadureça o julgamento da Igreja, pois todas estas coisas que concernem à maneira de interpretar a Escritura estão sujeitas, em última instância, ao juízo da Igreja, que exerce o divino ministério e mandato do guardar e interpretar a Palavra de Deus”:

 “Ego vero Evangelio non crederem, nisi me catholicae Ecclesiae commoveret auctoritas” – “Eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a a autoridade da Igreja católica”.

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                         IV.           O Cânon das Escrituras

 

120.             Foi a Tradição Apostólica que fez a Igreja discernir quais escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados. Esta lista completa é denominada “Cânon” das Escrituras. Ela comporta 46 (45, se contarmos Jr - Jeremiase e Lm – Lamentações juntos) escritos para o Antigo Testamento e 27 para o Novo Testamento:

Para o Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, os dois livros de Samuel, os dois livros dos Reis, os dois livros das Crônicas, Esdras e Neemias, Tobias, Judite, Ester, os dois livros dos Macabeus, Jó, os Salmos, os Provérbios, Eclesiastes (ou Coélet), o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o Eclesiástico (ou Sirácida), Isaías, Jeremias, as Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Para o Novo Testamento: Os evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João; os Atos dos Apóstolos; as Epístolas de São Paulo: aos Romanos, primeira e segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, a primeira e a segunda aos Tessalonicenses, a primeira e a segunda a Timóteo, a Tito, a Filêmon; a Epístola aos Hebreus; a Epístola de Tiago, a primeira e a segunda Epístola de Pedro, as três Epístolas de João, a Epístola de Judas e o Apocalipse.

 

O ANTIGO TESTAMENTO

121.             O Antigo Testamento é uma parte indispensável da Sagrada Escritura. Seus livros são divinamente inspirados e conservam valor permanente, pois a Antiga Aliança nunca foi revogada.

 

122.             Com efeito, "a Economia do Antigo Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de Cristo, Redentor de todos”. “Embora contenham também coisas imperfeitas e transitórias", os livros do Antigo Testamento dão testemunho de toda a divina pedagogia do amor salvífico de Deus: “Neles encontram-se sublimes ensinamentos acerca de Deus e salutar sabedoria concernente à vida do homem, bem como admiráveis tesouros de preces. Nestes livros, está latente o mistério de nossa salvação".

 

123.             Os cristãos veneram o Antigo Testamento como verdadeira Palavra de Deus. A Igreja rechaçou vigorosamente a ideia de rejeitar o Antigo Testamento sob o pretexto de que o Novo o teria feito caducar (marcionismo).

 

O NOVO TESTAMENTO

124.              “A Palavra de Deus, que é força de Deus para salvação de todo crente, é apresentada e manifesta seu vigor, de um modo eminente nos escritos do Novo Testamento”. Estes escritos nos fornecem a verdade definitiva da revelação divina. Seu objeto central é Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, seus atos, seus ensinamentos, paixão e glorificação, assim como os inícios de sua Igreja sob a ação do Espírito Santo.

 

125.             Os Evangelhos são o coração de todas as Escrituras, “uma vez que constituem o principal testemunho da vida e da doutrina do Verbo encarnado, nosso Salvador”.

 

126.             Na formação dos Evangelhos, podemos distinguir três etapas:

1.     A vida e os ensinamentos de Jesus. A Igreja defende firmemente que os quatro Evangelhos, “cuja historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente aquilo que Jesus, Filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente fez e ensinou para a eterna salvação deles, até o dia em que foi elevado”.

2.     A tradição oral. “O que o Senhor dissera e fizera, após a ascensão do Senhor, transmitiram aos ouvintes, com aquela compreensão mais plena de que desfrutavam, instruídos que foram pelos gloriosos acontecimentos de Cristo e esclarecidos pela luz do Espírito de verdade”.

3.     Os Evangelhos escritos. “Os autores sagrados escreveram os quatro Evangelhos, escolhendo certas coisas as muitas transmitidas, ou oralmente ou já por escrito, fazendo síntese de outras ou as explanando com vistas à situação das igrejas, conservando, enfim, a forma de pregação, sempre de maneira a nos transmitir, a respeito de Jesus, coisas verdadeiras e sinceras”.

 

127.             O Evangelho quadriforme ocupa, na Igreja, um lugar único, como atestam a veneração que lhe tributa a liturgia e o atrativo incomparável que, desde sempre, tem exercido sobre os santos:

“Não existe nenhuma doutrina que seja melhor, mais preciosa e mais esplêndida do que o texto do Evangelho. Vede e retende o que nosso Senhor e Mestre, Cristo, ensinou com suas palavras e realizou com seus atos”.

“É acima de tudo o Evangelho que me ocupa durante as minhas orações, nele encontro tudo o que é necessário à minha pobre alma. Descubro nele sempre novas luzes, sentidos escondidos e misteriosos”.

 

A UNIDADE ENTRE O ANTIGO E O NOVO TESTAMENTO

128.             A Igreja, já nos tempos apostólicos, e depois constantemente em sua Tradição, iluminou a unidade do plano divino nos dois Testamentos graças à tipologia. Esta percebe, nas obras de Deus contidas na Antiga Aliança, prefigurações daquilo que Deus realizou na plenitude dos tempos, na pessoa do seu Filho encarnado.

 

129.             Por isso os cristãos leem o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado. Esta leitura tipológica manifesta o conteúdo inesgotável do Antigo Testamento. Ela não deve levar ao esquecimento de que esta conserva seu valor próprio de revelação, que nosso Senhor mesmo reafirmou. Igualmente, o Novo Testamento exige ser lido à luz do Antigo. A catequese cristã primitiva recorreu constantemente a ele. Segundo um adágio antigo, o Novo Testamento está escondido no Antigo, ao passo que o Antigo é desvendado no Novo: “Novum in Vetere latet et in Novo Vetus patet”.

 

130.             A tipologia exprime o dinamismo em direção ao cumprimento do plano divino, quando “Deus for tudo em todos” (1 Cor 15, 28). Assim, a vocação dos patriarcas e o Êxodo do Egito, por exemplo, não perdem o seu valor próprio no plano de Deus pelo fato de serem, ao mesmo tempo, etapas intermédias deste plano.

 

                             V.          A Sagrada Escritura na vida da Igreja

 

131.             “São tão grandes o poder e a eficácia contidos na Palavra de Deus, que ela constitui sustentáculos e vigor para a Igreja, e, para seus filhos firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida espiritual”. É preciso que “os fiéis tenham amplo acesso à Sagrada Escritura”.

 

132.             “Que o estudo da Sagrada Escrituras seja, portanto, como a alma da sagrada teologia. Da mesma palavra da Sagrada Escritura também se nutre salutarmente e santamente floresce o ministério da palavra, a pregação pastoral, a catequese e toda a instrução cristã, na qual deve ocupar lugar de destaque a homilia litúrgica.

 

133.             A Igreja “exorta com veemência e de modo peculiar a todos os fiéis cristãos […] a que, pela frequente leitura das divinas Escrituras, aprendam ‘o conhecimento do Cristo Jesus’ (Fl. 3, 8). Com efeito, ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”.

 

Resumindo:

 

134.             “Omnis Scriptura divina unus liber est, et ille unus liber Christus est, quia omnis Scriptura divina de Christo loquitur; et omnis Scriptura divina in Christo impletur – Toda a Escritura divina é um único livro. Este livro único é Cristo, já que toda Escritura divina fala de Cristo, e toda Escritura divina se cumpre em Cristo".

 

135.             "As Sagradas Escrituras contêm a Palavra de Deus e, por serem inspiradas, são verdadeiramente a Palavra de Deus".

 

136.             Deus é o autor da Sagrada Escritura e, ao inspirar os seus autores humanos, age neles e por meio deles. Fornece assim a garantia de que os seus escritos ensinem, sem erro, a verdade salvífica.

 

137.             A interpretação das Escrituras inspiradas deve, antes de tudo, estar atenta àquilo que Deus quer revelar, por intermédio dos autores sagrados, para nossa salvação. O que vem do Espírito só é plenamente entendido pela ação do Espírito.

 

138.             A Igreja recebe e venera como inspirados os 46 livros do Antigo Testamento e os 27 livros do Novo Testamento.

 

139.             Os quatro Evangelhos ocupam lugar central, já que Jesus Cristo é o seu centro.

 

140.             A unidade dos dois Testamentos decorre da unidade do projeto de Deus e da sua revelação. O Antigo Testamento prepara o Novo enquanto o Novo cumpre o Antigo. Os dois iluminam-se reciprocamente. Os dois são verdadeira Palavra de Deus.

 

141.             "A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor": ambos alimentam e dirigem toda a vida cristã. "Lâmpada para meus passos é a tua palavra, e luz no meu caminho" (Sl 119, 105).

 

CAPÍTULO III

A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS

 

142.             Por sua revelação, "o Deus invisível, por seu imenso amor, fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à comunhão com Ele". A resposta adequada a este convite é a fé.

 

143.             Pela fé, o homem submete completamente sua inteligência e sua vontade a Deus. Com todo o seu ser, o homem dá seu assentimento a Deus revelador. A Sagrada Escritura denomina "obediência da fé" esta resposta do homem ao Deus que revela.

 

ARTIGO 1 

EU CREIO

 

                                I.          A “obediência da fé”

 

144.             Obedecer (ob-audire) na fé significa submeter-se livremente à palavra ouvida, visto que sua verdade é garantida por Deus, a própria Verdade. O modelo desta obediência, proposto pela Sagrada Escritura, é Abraão. A Virgem Maria é sua mais perfeita realização.

 

 

ABRAÃO – “O PAI DE TODOS OS CRENTES”

145.              A Epístola aos Hebreus, no grande elogio à fé dos antepassados, insiste particularmente na fé de Abraão: “Pela fé, ao ser chamado, Abraão obedeceu à ordem de partir para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde iria” (Hb 11, 8). Pela fé, viveu como estrangeiro e peregrino na terra prometida. Pela fé, Sara recebeu a graça de conceber o filho da promessa. Pela fé, viveu como estrangeiro na Terra Prometida. Pela fé, Sara recebeu a graça de conceber o filho da promessa. Pela fé, por fim, Abraão ofereceu seu filho único em sacrifício.

 

146.             Abraão realiza, assim, a definição da fé dada pela Epístola aos Hebreus: “A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem” (Hb 11, 1). “Abraão creu em Deus, e isto lhe foi levado em conta como justiça” (Rm 4, 3). Graças a esta “fé” (Rm 4, 20), Abraão tornou-se “Pai de todos os crentes” (Rm 4, 11. 18).

 

147.             O Antigo Testamento é rico em testemunhos desta fé. A Epístola aos Hebreus faz o elogio da fé exemplar dos antigos, que deram “um bom testemunho” (Hb 11, 2. 39). No entanto, “Deus previra para nós algo melhor”: a graça de crer em seu Filho Jesus, “que vai à frente da nossa fé e a leva à perfeição” (Hb 11, 40; 12, 2).

 

MARIA “BEM-AVENTURADA A QUE ACREDITOU”

148.              A Virgem Maria realiza, da maneira mais perfeita, a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazidos pelo anjo Gabriel, acreditando que "para Deus nada é impossível" (Lc 1, 37) e dando o seu assentimento: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38). Isabel a saudou: "Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!" (Lc 1, 45). Em virtude desta fé, todas as gerações a proclamarão bem-aventurada.

 

149.             Durante toda a sua vida e até sua última provação, quando Jesus, seu filho, morreu na cruz, a sua fé não vacilou. Maria não deixou de crer "no cumprimento" da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera, em Maria, a realização mais pura da fé.

 

                            II.          “Sei em quem acreditei” (2 Tm 1, 12)

 

CRER SOMENTE EM DEUS

150.             A fé é primeiro uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a toda a verdade que Deus revelou. Como adesão pessoal a Deus e assentimento à verdade que ele revelou, a fé cristã é diferente da fé em uma pessoa humana. É justo e bom entregar-se totalmente a Deus e crer absolutamente no que ele diz. Seria vão e falso pôr tal fé em uma criatura.

 

CRER EM JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS

151.             Para o cristão, crer em Deus é, inseparavelmente, crer naquele que Deus enviou - "seu Filho bem-amado" no qual Ele pôs todo seu agrado: Deus mandou que o escutássemos. O próprio Senhor disse aos seus discípulos: "Crede em Deus, crede também em mim" (Jo 14, 1). Podemos crer em Jesus Cristo porque ele mesmo é Deus, o Verbo feito carne: "Ninguém jamais viu a Deus; o filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer" (Jo 1, 18). “Este viu o Pai" (Jo 6, 46). Ele é o único que o conhece e pode revela-lo.

 

CRER NO ESPÍRITO SANTO

152.             Não se pode crer em Jesus Cristo sem participar de seu Espírito. É o Espírito Santo que revela aos homens quem é Jesus, pois “ninguém será capaz de dizer: ‘Jesus é Senhor’, a não ser sob a influência do Espírito Santo” (1 Cor 12, 3). “O Espírito sonda tudo, mesmo as profundezas de Deus... Assim também, ninguém conhece o que é de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (1 Cor 2, 10-11). Só Deus conhece Deus por inteiro. Cremos no Espírito Santo porque Ele é Deus.

A Igreja não cessa de confessar a sua fé em um só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo.

 

                         III.          As características da fé

 

A FÉ É UMA GRAÇA

153.             Quando São Pedro confessa que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus declara que esta revelação não lhe veio "da carne e do sangue, mas de meu Pai que está nos Céus" (Mt 16, 17). A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele. "Para que possa manifestar esta fé, é necessária a graça de Deus, que provê e socorre, e a ajuda interior do Espírito Santo, que move o coração e o leva a Deus, abre os olhos da mente e confere a todos 'a docilidade no consentimento e na crença da verdade"".

 

A FÉ É UM ATO HUMANO

154.             Crer só é possível pela graça e pelos auxílios interiores do Espírito Santo. Não é menos verdade, porém, que crer é um ato autenticamente humano. Não contraria nem a liberdade nem a inteligência do homem confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas. No campo das relações humanas, não é contrário à nossa própria dignidade crer no que outras pessoas nos dizem sobre si mesmas e sobre suas intenções, e confiar nas suas promessas (por exemplo, quando um homem e uma mulher se casam), para entrar assim em comunhão recíproca. Por isso, é ainda menos contrário à nossa dignidade “prestar, pela fé, a revelação de Deus plena adesão do intelecto e da vontade” e entrar, assim, em comunhão íntima com ele.

 

155.             Na fé, a inteligência e a vontade humanas cooperam com a graça divina: “Credere est actus intellectus assentientis veritati divinae ex imperio voluntatis, a Deo motae per gratiam” — Crer é um ato da inteligência que assente à verdade divina a mando da vontade movida por Deus através da graça”.

 

A FÉ E A INTELIGÊNCIA

156.             O motivo de crer não é o fato de que as verdades reveladas aparecerem como verdadeiras e inteligíveis à luz da nossa razão natural. Cremos "por causa da autoridade de Deus que revela e que não pode nem se enganar nem nos enganar". "Todavia, para que a essência de nossa fé fosse conforme à razão, Deus quis que os auxílios interiores do Espírito Santo fossem acompanhados das provas exteriores de sua revelação". Por isso, os milagres de Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a santidade da Igreja, a sua fecundidade e estabilidade "constituem sinais certíssimos da revelação, adaptados à inteligência de todos", "motivos de credibilidade", que mostram que o assentimento da fé não é, "de modo algum, um movimento cego do espírito".

 

157.             A fé é certa, mais certa que qualquer conhecimento humano, porque se funda na própria Palavra de Deus, que não pode mentir. Sem dúvida, as verdades reveladas podem parecer obscuras à razão e à experiência humanas; mas "a certeza dada pela luz divina é maior do que a dada pela luz da razão natural". "Dez mil dificuldades não fazem uma única dúvida".

 

158.             "A fé procura compreender": é característico da fé o crente desejar conhecer melhor Aquele em quem pôs sua fé e compreender melhor o que Ele revelou. Um conhecimento mais profundo despertará, por sua vez, maior fé, sempre mais ardente de amor. A graça da fé abre "os olhos de vosso coração" (Ef 1, 18) para a compreensão viva dos conteúdos da Revelação, isto é, do conjunto do projeto de Deus e dos mistérios da fé, da íntima conexão que os liga entre si e com Cristo, centro do Mistério revelado. Ora, para "tornar cada vez mais profunda a compreensão da Revelação, [...] o mesmo Espírito Santo aperfeiçoa continuamente a fé por meio de seus dons". Assim, segundo o adágio de Santo Agostinho, "eu creio para compreender e compreendo para melhor crer".

 

159.             Fé e ciência. "Porém, ainda que a fé esteja acima da razão, não poderá jamais haver verdadeira desarmonia entre uma e outra, porquanto o mesmo Deus, que revela os mistérios e infunde a fé, dotou o espírito humano a luz da razão. Deus não poderia negar-se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer a verdade". "Portanto, se a pesquisa metódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente científica, segundo as leis moral, na realidade nunca será oposta à fé: tanto as realidades profanas quanto as da fé originam-se no mesmo Deus. Mais ainda: quem tenta investigar, com humildade e perseverança, os segredos das coisas, ainda que disso não tome consciência, é como que conduzido pela mão de Deus, o qual sustenta todas as coisas, fazendo com que elas sejam o que são".Parte superior do formulário

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A LIBERDADE DA FÉ

160.             Para que o ato de fé seja humano, "o homem deve responder a Deus, crendo por livre vontade. Por conseguinte, ninguém deve ser forçado, contra sua vontade, a abraçar a fé, pois o ato de fé é, por sua natureza, voluntário". “Deus de fato chama os homens para servi-lo em espírito e verdade. Com isso os homens são obrigados em consciência, mas não são forçados. [...] Foi o que se patenteou em grau máximo em Jesus Cristo". Com efeito, Cristo convidou à fé e à conversão, mas de modo algum coagiu. "Deu testemunho da verdade, mas não a impô-la pela força aos que a ela resistiam. Seu reino [...] se estende graças ao amor com que Cristo, exaltado na cruz, atrai a si os homens".

 

A NECESSIDADE DA FÉ

161.             É necessário, para obter esta salvação, crer em Jesus Cristo e naquele que o enviou para nossa salvação. "Como, porém, sem a fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11, 6) e chegar ao consórcio dos seus filhos; ninguém jamais poderá ser justificado sem ela, nem conseguirá a vida eterna, se nela não "perseverar até o fim" (Mt 10, 22; 24, 13).

 

A PERSEVERANÇA NA FÉ

162.             A fé é um dom gratuito de Deus concede ao homem. Podemos perder este dom inestimável. São Paulo alerta Timóteo sobre isso: “Combate [...] o nobre combate, com fé e a boa consciência. Por terem repudiado a boa consciência, alguns naufragaram na fé” (1 Tm 1, 18-19). Para viver, crescer e perseverar até o fim na fé, devemos alimentá-la com a Palavra de Deus; devemos implorar ao Senhor que a aumente; ela deve “agir pela caridade” (Gl 5, 6), ser carregada pela esperança e estar enraizada na fé da Igreja.

 

A FÉ – COMEÇO DA VIDA ETERNA

163.             A fé nos faz degustar, como por antecipação, a alegria e a luz da visão beatífica, meta de nossa caminhada na terra. Veremos então a Deus “face a face” (1 Cor 13, 12), “tal como Ele é” (1 Jo 3, 2). A fé já é, portanto, o começo da vida eterna:

“Desde agora contemplamos as bençãos da fé, como um reflexo no espelho, é como se possuíssemos as coisas maravilhosas que um dia desfrutaremos, conforme nossa fé”.

 

164.             Por ora, todavia, “caminhamos pela fé, não pela visão” (2 Cor 5, 7), e conhecemos a Deus como “num espelho, de maneira confusa, […] imperfeita” (1 Cor 13, 12). A fé, luminosa em virtude daquele que nela crê, é frequentemente vivida na obscuridade. A fé pode ser posta à prova. O mundo em que vivemos parece, muitas vezes, bem afastado daquilo que a fé nos assegura. As experiências do mal e do sofrimento, das injustiças e da morte parecem contradizer a Boa-Nova, podem abalar a fé e tornar-se para ela uma tentação.

 

165.             Devemos então nos voltarmos para as testemunhas da fé: Abraão, que creu, “esperando contra toda a esperança” (Rm 4, 18); a Virgem Maria que, no “caminho da fé”, chegou até a “noite da fé”, comungando com o sofrimento de seu Filho e com a noite de seu túmulo, e muitas outras testemunhas da fé: “Portanto, com tamanha nuvem de testemunhas em torno de nós, deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que nos envolve. Corramos com perseverança na competição que nos é proposta, com os olhos fixos em Jesus, que vai à frente de nossa fé e leva à perfeição” (Hb 12, 1-2).


ARTIGO 2

NÓS CREMOS

 

166.              A fé é um ato pessoal: a resposta livre do homem à iniciativa de Deus que se revela. Ela não é, porém, um ato isolado. Ninguém pode crer sozinho, assim como ninguém pode viver sozinho. Ninguém deu a fé a si mesmo, assim como ninguém deu a vida a si mesmo. O crente recebeu a fé de outros, deve transmiti-la a outros. Nosso amor por Jesus e pelos homens nos impulsiona a falar a outros sobre nossa fé. Cada crente é como um elo na grande corrente dos crentes. Não posso crer sem ser carregado pela fé dos outros e, pela minha fé contribuo para carregar a fé dos outros.

 

167.             “Eu creio”: esta é a fé da Igreja, professada pessoalmente por todo crente, principalmente no momento do Batismo. “Nós cremos”: esta é a fé da Igreja, confessada pelos Bispos reunidos em Concílio ou, mais comumente, pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus com sua fé e que nos ensina a dizer: “eu creio”, “nós cremos”.

 

                                I.          “Olhai, Senhor, para a fé da vossa Igreja”

 

168.              É antes de tudo a Igreja que crê e que, desta forma, carrega, alimenta e sustenta a minha fé. É, antes de tudo, a Igreja que, em toda a parte, confessa o Senhor (“Te per orbem terrarum sancta confitetur Ecclesia” – “A vós por toda a terra proclama a Santa Igreja”, assim cantamos no “Te Deum”). Com ela e nela também nós somos impulsionados e levados a confessar: “Eu creio”, “Nós cremos”. Por intermédio da Igreja recebemos a fé e a vida nova no Cristo pelo Batismo. No “Ritual Romano”, o ministro do Batismo pergunta ao catecúmeno: “Que pedes à Igreja de Deus?” E a resposta: – “A fé”.  “E que te dá a fé?” – “A vida eterna”.

 

169.             A salvação vem exclusivamente de Deus, mas, por recebermos a vida de fé por meio da Igreja, ela é nossa mãe. “Nós cremos na Igreja como a mãe de nosso novo nascimento, e não se ela fosse a autora de nossa salvação”. Por ser nossa mãe, a Igreja é também a educadora de nossa fé.

 

                            II.          A linguagem da fé

 

170.             Não cremos em fórmulas, mas nas realidades que elas expressam e que a fé nos permite “tocar”. “O ato [de fé] do crente não para no enunciado, mas chega até a realidade [enunciada]”. Todavia, temos acesso a essas realidades com o auxílio das formulações da fé. Estas permitem expressar e transmitir a fé, celebrá-la em comunidade, assimilá-la e vivê-la cada vez mais.

 

171.             A Igreja, que é “a coluna e fundamento da verdade” (1 Tm 3, 15), guarda fielmente a fé, uma vez por todas confiada aos santos. É ela que conserva a memória das Palavras de Cristo. É ela que transmite, de geração em geração, a confissão de fé dos Apóstolos. Como a mãe que ensina seus filhos a falar e, por consequência, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, nos ensina a linguagem da fé para nos introduzir na compreensão e na vida da fé.

 

                         III.          Uma única fé

 

172.             Há séculos, mediante tantas línguas, culturas, povos e nações, a Igreja não cessa de confessar a sua única fé, recebida de um só Senhor, transmitida por um único Batismo, enraizada na convicção de que todos os homens têm um só Deus e Pai. Santo Ireneu de Lyon, testemunha desta fé, declara:

 

173.             “Com efeito, a Igreja, embora espalhada pelo mundo inteiro até os confins da terra, tendo recebido dos Apóstolos e de seus discípulos a fé, […] guarda (esta pregação e esta fé) com cuidado, como se habitasse em uma só casa; nelas crê de forma idêntica, como se tivesse uma só alma; prega as verdades de fé, as ensina e transmite com voz unânime, como se possuísse uma só boca”.

 

174.             “Pois, se no mundo as línguas diferem, o conteúdo da Tradição é uno e idêntico. Nem as Igrejas estabelecidas na Germânia têm outra fé ou outra Tradição, nem as que estão entre os iberos, nem as que estão entre os celtas, nem as do Oriente, do Egito, da Líbia, nem as que estão estabelecidas no centro do mundo”. “A mensagem da Igreja é, portanto, verídica e sólida, pois ela mostra ao mundo um único caminho de salvação”.

 

175.             “Esta fé que recebemos da Igreja, nós a guardamos cuidadosamente, pois sem cessar, sob a ação do Espírito de Deus, como um depósito de grande valor contido em um vaso precioso, ela rejuvenesce e faz rejuvenescer o próprio vaso que a contém”.

 

Resumindo:

 

176.             A fé é uma adesão pessoal do homem inteiro, a Deus que se revela. Ela inclui a adesão da inteligência e da vontade à Revelação que Deus fez de si mesmo por suas ações e palavras.

 

177.             Por conseguinte, “crer” tem dupla referência: à pessoa e à verdade; à verdade, por confiança na pessoa que a atesta.

 

178.             Não devermos crer em mais ninguém a não ser em Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

 

179.             A fé é um dom sobrenatural de Deus. Para crer, o homem tem necessidade dos auxílios interiores do Espírito Santo.

 

180.             “Crer” é um ato humano, consciente e livre, que corresponde à dignidade da pessoa humana.

 

181.             “Crer” é um ato eclesial. A fé da Igreja precede, gera, sustenta e alimenta a nossa fé. A Igreja é a mãe de todos os crentes. “Ninguém pode ter a Deus por Pai, se não tiver a Igreja por mãe”.

 

182.             “Nós cremos em tudo quanto está contido na Palavra de Deus, escrita ou transmitida, e que a Igreja propõe a crer como divinamente revelado”.

 

183.             A fé é necessária à salvação. O próprio Senhor afirma: “Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado” (Mc 16, 16).

 

184.             “A fé […] é um antegozo do conhecimento que nos tornará bem-aventurados na vida futura”.

 

CREDO

SÍMBOLO DOS APÓSTOLOS

SÍMBOLO NICENO– CONSTANTINOPOLITANO

Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra.

E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na santa Igreja Católica; na comunhão dos Santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; na vida eterna. Amém

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos céus: e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem.

Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado.

Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai.

E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu Reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.

Professo um só batismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos; e a vida do mundo que há de vir. Amém.

 

 

A Infância e Adolescência Missionária (IAM) é uma Obra Pontifícia fundada em 19 de maio de 1843, por Dom Carlos Forbin-Janson. Presentes nos cinco continentes, as crianças e adolescentes missionários cultivam o espírito missionário universal, recitando uma Ave Maria por dia e doando um dinheiro por mês.