Pastoral Indigenista realiza roda de conversa e caminhada em apoio aos povos originários no Espírito Santo ~ IAM - Infância e Adolescência Missionária (Colatina-ES)

Pastoral Indigenista realiza roda de conversa e caminhada em apoio aos povos originários no Espírito Santo


 Nos dias 5 e 6 de julho de 2025, a Pastoral Indigenista promoveu dois eventos marcantes em defesa dos direitos e da cultura dos povos originários no Espírito Santo: a 2ª Roda de Conversa, na Aldeia Irajá (Aracruz), e a 3ª Caminhada de Fé e Unificação, entre as aldeias de Areal (Tupinikim) e Piraque-açu (Guarani).

Esses encontros reuniram lideranças indígenas, representantes de instituições, comunidades paroquiais e apoiadores de diversas regiões do Brasil, com o objetivo de fortalecer a luta indígena, valorizar sua cultura e refletir sobre os desafios contemporâneos enfrentados por esses povos.

Reflexão, cultura e resistência na Aldeia Irajá

No sábado, a Roda de Conversa teve como tema “Tecendo juntos os fios da memória”, com falas profundas sobre a história, os direitos e os desafios atuais das comunidades indígenas. Dentre os participantes, estiveram:

  • Vilson Jaguareté (Tupinikim), vereador em Aracruz, que destacou a importância da Lei Municipal 4.506 e relembrou episódios de resistência histórica.
  • Débora Tupinikim, doutora em Política Social, que refletiu sobre os avanços e lacunas na saúde indígena.
  • Bárbara Tupinikim, liderança da Aldeia Pau Brasil, que trouxe reflexões sobre a crise climática e o papel essencial dos povos originários na preservação ambiental.
  • Haroldo Heleno, coordenador do CIMI Regional Leste, e Tânia Maria Silveira, doutora em Ciências Sociais, que abordaram a necessidade de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão.

O momento também foi enriquecido com apresentações culturais da Banda de Congo da Aldeia Caieiras Velha e do Grupo Jovens Guerreiros da Aldeia Irajá. Ao final, Padre Suderlan Tozo Binda, coordenador da Pastoral Indigenista, agradeceu os participantes e reafirmou o compromisso da Igreja com a defesa dos povos indígenas e o fortalecimento de suas comunidades.

Caminhada de fé: um ato de comunhão e solidariedade

No domingo, mais de 380 pessoas participaram da 3ª Caminhada de Fé e Unificação, percorrendo 17 km entre as aldeias Areal e Piraque-açu. Com o lema “Memória da Conquista da Terra”, a caminhada celebrou a espiritualidade, a comunhão e o direito ao território.

Durante o percurso, foram realizados momentos de oração, partilha e conscientização ecológica. Bárbara Tupinikim emocionou os presentes ao afirmar:

“Foi uma experiência marcante, inclusive para as crianças. Caminhamos com minha filha de 11 anos e mostramos o valor da água, do ar e do território. Uma verdadeira aula de vida.”

Na chegada à Aldeia Piraque-açu, todos foram acolhidos com um almoço comunitário e uma roda de conversa com os caciques Peru e Jonas, que reforçaram o impacto das tragédias ambientais e a importância da união na defesa dos direitos indígenas.

Compromisso que transforma

A Pastoral Indigenista reafirma seu compromisso com a escuta, o diálogo e a presença solidária junto aos povos originários. A missão evangelizadora da Igreja passa, também, pelo respeito às culturas tradicionais, à defesa da vida e à construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

"Caminhar ao lado dos povos indígenas é aprender com sua sabedoria ancestral e fortalecer a esperança em um futuro mais humano e sustentável."

A Infância e Adolescência Missionária (IAM) é uma Obra Pontifícia fundada em 19 de maio de 1843, por Dom Carlos Forbin-Janson. Presentes nos cinco continentes, as crianças e adolescentes missionários cultivam o espírito missionário universal, recitando uma Ave Maria por dia e doando um dinheiro por mês.