Não importa a nossa idade: esses pequenos e jovens missionários têm muito a nos ensinar! Muitos dos grandes santos na história da Igreja não foram ilustres bispos ou papas, mas apenas crianças e jovens; eles nos ensinam que a chave para a santidade é nos tornarmos pequenos e termos em nosso Pai Celestial uma confiança como a das crianças. Os adultos tendem a se inchar de orgulho e a resistir mais à vontade de Deus, mas as crianças, mais dóceis, são capazes de nos demonstrar uma fé que inspira verdadeiro assombro.
Eis doze pequenos grandes santos que se dedicaram a Deus desde bem tenra idade e entraram no Reino do Céu antes de atingirem a maturidade.
São Paulo Tchen (Chen Changpin) nasceu em 11 de abril de 1838, em Sintchen, na província chinesa de Kouy-tcheou (Guizhou), numa família não cristã e muito pobre. Paulo recebeu educação escolar graças à ajuda da Pontifícia Obra da Infância Missionária.
Admitido no seminário menor em 1853, foi batizado e crismado no Natal daquele mesmo ano, e fez a Primeira Comunhão em 1854. Em 1860 entrou no seminário maior de Tsin-gay. Em 12 de junho de 1861, os soldados invadiram o seminário e prenderam Paulo e outras pessoas, porque eram cristãos. Não obstante os sofrimentos e as ameaças, ninguém negou sua fé.
Paulo, foi morto em 29 de julho de 1861, juntamente com seus companheiros, o seminário foi destruído; tinha apenas 22 anos. Beatificado por Pio X em 1908, seus restos mortais foram transferidos para Paris, na Capela da Santa Infância na Catedral de Notre Dame, em 10 de junho de 1920. Em 1° de outubro do ano 2000, foi canonizado pelo Papa João Paulo II, na Praça São Pedro (Vaticano), no grupo dos 120 mártires chineses.
José era adolescente quando estourou em 1926 a “Guerra Cristera” no México. Seus irmãos se uniram voluntariamente aos rebeldes e José queria juntar-se a eles para dar a vida por Jesus. Ele tinha consciência de que poderia facilmente morrer no campo de batalha. O general finalmente permitiu que o pequeno fosse o portador da bandeira da tropa. Durante uma batalha, José foi capturado e pressionado pelos soldados a renunciar à fé cristã. Ele se recusou com firmeza, o que enfureceu os soldados. Com estarrecedora crueldade, as tropas do governo ateu e inspiração comunista cortaram as solas dos pés do menino de 14 anos e o forçaram a caminhar assim, em carne viva, até o cemitério.
No trajeto para o martírio, ele gritava continuamente: “Viva Cristo Rey!“. São José Luis Sánchez del Río foi fuzilado pelo comandante. O menino santo de 14 anos foi martirizado porque não quis renunciar à sua fé católica.
Os irmãozinhos pastores Francisco e Jacinta foram testemunhas das aparições de Nossa Senhora de Fátima em 1917. Profundamente marcados pelas aparições, eles dedicaram a vida como sacrifício vivo a Deus pela conversão e salvação dos pecadores do mundo inteiro. Após o término das aparições, os pequenos foram vítimas da pandemia de gripe espanhola que assolou a Europa. Ambos sofreram imensamente.
Jacinta respondia às provações dizendo: “Ah, quanto eu amo sofrer por amor de Nosso Senhor e Nossa Senhora! Eles amam muito aqueles que sofrem pela conversão dos pecadores“.
Francisco também declarava, conforme as lembranças de sua prima, a também vidente Irmã Lúcia: “Sofro para consolar Nosso Senhor, e, depois de um tempo, ir para o céu”. Francisco morreu aos 10 anos, em 1919, enquanto Jacinta morreu aos 9, no ano seguinte.
Aluno de São João Bosco, Domingos cresceu em santidade ainda em tenra idade. Aos 4 anos, já fazia suas orações diárias com devoção e lembrava aos pais de fazerem as deles quando se esqueciam. Aprendeu a ser coroinha quando tinha 5 anos e foi autorizado a receber a Sagrada Comunhão aos 7, algo absolutamente incomum na época. São Domingos, mais tarde, declarou sobre a sua Primeira Comunhão: "Foi o dia mais feliz e maravilhoso da minha vida!“
Com seu lema “Antes morrer que pecar”, ele almejava seguir em tudo a vontade de Deus e dizia: “Não posso fazer grandes coisas. Mas quero que tudo o que faço, mesmo a menor das coisas, seja para a maior glória de Deus“. De saúde muito frágil, São Domingos Sávio partiu para a Casa do Pai aos 14 anos.
Atraída pela vida religiosa desde muito pequena, Imelda pediu para entrar nas dominicanas quando tinha apenas 9 anos. Seus pais ficaram surpresos, mas, conscientes da sua devoção e amor por Deus, permitiram que a filhinha fosse viver num convento próximo. Ela foi autorizada a vestir o hábito dominicano e a seguir o modo de vida das irmãs. Seu grande anseio era receber Jesus na Santa Eucaristia, mas, na época, a Primeira Comunhão se fazia aos 14 anos. Ela se perguntava: “Poderá alguém receber Jesus em seu coração e não morrer?”
Certo dia, após a festa da Ascensão do Senhor, Imelda foi vista de joelhos na capela em frente à Santa Eucaristia que flutuava. O sacerdote, vendo o milagre, o entendeu como um sinal e deu a Imelda a sua Primeira Comunhão. Com um sorriso no rosto, Imelda faleceu momentos depois! A pequena que ansiava pelo encontro com Jesus tinha apenas 11 anos quando o seu desejo se realizou.
Sua festa coincide com a de Nossa Senhora de Fátima: 13 de maio. A beata Imelda Lambertini é uma das padroeiras de quem faz a sua Primeira Comunhão.
Tarcísio pertencia à comunidade cristã de Roma, era acólito, isto é, coroinha na igreja. No decorrer da terrível perseguição do imperador Valeriano, muitos cristãos estavam sendo presos e condenados à morte. Nas tristes prisões à espera do martírio, os cristãos desejavam ardentemente poder fortalecer-se com Cristo Eucarístico. O difícil era conseguir entrar nas cadeias para levar a comunhão.
Nas vésperas de numerosas execuções de mártires, o Papa Sisto II não sabia como levar o Pão dos Fortes à cadeia. Foi então que o acólito Tarcísio, com cerca de 12 anos de idade, ofereceu-se dizendo estar pronto para esta piedosa tarefa. Relativamente ao perigo, Tarcísio afirmava que se sentia forte, disposto antes morrer que entregar as Sagradas Hóstias aos pagãos.
Comovido com esta coragem, o papa entregou numa caixinha de prata as Hóstias que deviam servir como conforto aos próximos mártires. Mas, passando Tarcísio pela via Ápia, uns rapazes notaram seu estranho comportamento e começaram a indagar o que trazia, já suspeitando de algum segredo dos cristãos. Ele, porém, negou-se a responder, negou terminantemente. Bateram nele e o apedrejaram. Depois de morto, revistaram-lhe o corpo, nada achando com referência ao Sacramento de Cristo. Seu corpo foi recolhido por um soldado, ocultamente cristão, que o levou às catacumbas, onde recebeu honorifica sepultura.
Ainda se conservam nas catacumbas de São Calisto inscrições e restos arqueológicos que atestavam a veneração que Tarcísio granjeou na Igreja Romana. Tarcísio foi declarado padroeiro dos coroinhas ou acólitos, que servem ao altar.
Santa Maria Goretti cresceu em uma família pobre em bens materiais, mas rica na fé. Quando tinha apenas 11 anos, foi apunhalada por Alessandro Serenelli, um jovem de 19 anos, porque se negou a ter relações sexuais com ele.
Em 6 de julho de 1902, antes de morrer, ela perdoou o seu assassino, que foi preso. Enquanto estava na prisão, Alessandro se arrependeu do seu crime. Quando saiu, foi procurar a mãe de Maria para pedir-lhe perdão.
Alguns anos depois, colaborou dando o seu testemunho para a causa da beatificação de Maria. Também foi admitido na ordem terceira de São Francisco.
Os santos Cristóbal, Antonio e Juan, foram assassinados por ódio à fé no México, entre 1527 e 1529. Eles são considerados os primeiros mártires da América.
Cristóbal era filho do cacique Acxotecatl e conhecia a fé católica graças ao trabalho evangelizador que os frades franciscanos realizavam na região entre 1524 e 1527. Depois de ser batizado, trabalhou pela conversão da sua família, mas seu pai ficou com raiva. Morreu aos 12 anos devido aos golpes e queimaduras perpetrados pelo seu pai.
Antonio e Juan receberam a formação dos franciscanos e dominicanos. Ambos tentaram erradicar a adoração de ídolos no seu povoado Tizatlan e nas aldeias próximas. Foram descobertos pelos habitantes de Cuautinchán, que os assassinarão com golpes.
Carlo Acutis nasceu em Londres, na Inglaterra, no ano de 1991. Seus pais trabalharam por um curto período em Londres, sendo originários de Milão, na Itália, para onde voltaram pouco depois do nascimento do filho, em setembro de 1991.
Quando era criança, Acutis se tornou grande devoto da Santíssima Virgem Maria e recitou rosários frequentes como sinal de sua devoção por Ela. Recebeu a Primeira Comunhão com sete anos e, desde então, comungava frequentemente e fazia o esforço de refletir antes ou depois da Missa diante do sacrário. Acutis também se confessava uma vez por semana.
Aqueles ao seu redor sabiam que ele tinha uma paixão por computadores, assim, conseguiu unir as duas paixões ao criar um site dedicado à catalogação cuidadosa de cada milagre já relatado e para evangelizar — façanha que lhe rendeu o título de "padroeiro da internet".
Acutis tinha uma especial preocupação com aqueles amigos cujos pais estavam se divorciando e então ele convidaria os amigos para sua casa para apoiá-los. Adorava viajar, visitava Assis mais do que outros lugares.
Ele logo desenvolveu leucemia e ofereceu sua dor tanto pelo papa Bento XVI quanto pela Igreja Católica, na qual ele disse que "eu ofereço todo o sofrimento que hei de ter pelo Senhor, pelo Papa e pela Igreja". Morreu em 12 de outubro de 2006, com quinze anos de idade. Foi beatificado em 10 de outubro de 2020.