Paulina Jaricot, uma mulher de fé e ação
A vida da Bem-aventurada Paulina Jaricot é inspiradora e uma verdadeira ilustração do que pode existir de mais radical e belo na fé
Paulina
Jaricot, fundadora das Pontifícias Obras Missionárias e, também, padroeira das
missões. A vida da Bem-aventurada Paulina Jaricot é inspiradora e uma
verdadeira ilustração do que pode existir de mais radical e belo na fé.
Paulina
vive uma profunda conversão interior ainda muito jovem: aos 17 anos. Sua conversão
é uma renovação inteira de seu ser, que vai colocá-la no caminho de uma total
configuração ao Senhor. Ela vive tudo o que Jesus a pede com paixão e amor, até
mesmo o martírio dos últimos anos o qual ela acolhe com alegria por amor a
Cristo.
Nascida em 22 de julho de 1799, em uma família de ricos trabalhadores da seda da cidade de Lyon, na França, Paulina-Marie Jaricot viveu uma infância carregada pelo afeto de seus pais. Na adolescência, bonita, paqueradora e mundana, deixa-se seduzir pelas “ilusões do mundo”. Ainda jovem, passa pela provação da doença e morte de sua mãe. Após essa grande perda, Paulina foi profundamente tocada por um sermão sobre vaidade, proclamado na sua paróquia em São Nizier. As palavras do padre foram decisivas. Então, Paulina, aos 17 anos, decidiu se colocar ativamente ao serviço de Cristo.
Paulina
Jaricot: “feita para amar e agir”
Ela
imagina, empreende, cria e nos mostra um caminho de santidade de uma leiga que
permaneceu nas suas atividades cívicas e empreendedoras, porém, enraizada numa
fé autêntica e num catolicismo social e missionário. “Fui feita para amar e agir.
Meu claustro é o mundo”, declarava Paulina Jaricot.
Aos 23
anos, com o objetivo de ajudar os missionários do mundo inteiro, ela cria a
obra de Propagação da Fé em 1822, que se tornaria, posteriormente, as
Pontifícias Obras Missionárias. Essas obras existem para intensificar a
animação, a formação e a cooperação missionária em todo o mundo. O objetivo
primeiro de Paulina foi levantar fundos para que os missionários do mundo
inteiro pudessem ter condições de seguir suas missões.
Durante a revolta dos canuts (artesãos) e os problemas sociais e econômicos que abalaram a cidade de Lyon (França), no início da década de 1830, Paulina, muito sensível à pobreza, compreende que melhorar as condições de trabalho é uma circunstância essencial para a evangelização. Assim, ela investiu sua fortuna e arrecadou fundos para montar uma fábrica modelo. Ela comprou uma antiga indústria no Vaucluse (região da França) e a relançou, sob o nome de Nossa Senhora dos Anjos. Ela confia a gestão da fábrica a empresários que, desonestos, levam a empresa à falência.
O anúncio
do Evangelho e a dignidade humana
Paulina
termina sua vida arruinada e desacreditada. Ela procura ajuda por toda a França
para poder reembolsar os investidores que apoiaram seu projeto, o que ela quase
conseguirá. Paulina morreu na miséria em 9 de janeiro de 1862. As obras que ela
fundou, porém, irradiavam e irradiam por todo o mundo.
Durante sua
vida, ela também tentará tirar algumas mulheres da prostituição e criará o
banco do céu, uma obra de empréstimos gratuitos para os trabalhadores. Paulina
é realmente um grande exemplo para os cristãos. Ela entende que o anúncio do
Evangelho passa também pelo reconhecimento da dignidade da pessoa. Foi uma
mulher do seu tempo que entendeu os desafios que precisavam ser enfrentados
naquele momento. Ela nos ensina que as condições sociais e econômicas não devem
ser ignoradas no serviço da evangelização. Paulina nos mostra, ainda, que a dignidade
humana é um fator indispensável para que alguém possa se reconhecer como filho
amado de Deus.