8 passos para construir um matrimônio à prova de infidelidade
No nosso casamento prometemos um ao
outro três coisas, e apenas três: "ser fiel, amar e respeitar todos os
dias da minha vida". Esta “trindade” matrimonial forma apenas uma coisa:
um bom matrimônio! Se formos fiéis, amarmos e respeitarmos,
que casamento pode fracassar? Mas nem sempre é fácil. A convivência
e as crises que podemos ter em nossa vida conjugal podem minar a determinação
de nossos propósitos, e muitas vezes, quase inadvertidamente, estaremos em
perigo.
Geralmente, pela convivência, podemos
começar a perder o respeito. Nós nos vemos com todas as nossas forças, mas
também com todas as nossas fraquezas. Quando o respeito sai pela porta, o amor
sai pela janela. Se começamos a desrespeitar uns aos outros, é muito comum que
comecemos a ver a outra pessoa, não mais como o amor da nossa vida, mas como a
Cruz que devemos carregar. E essa mudança quase sempre traz consigo uma queda
no amor. Nós amamos menos porque tratamos mal, e tratamos mal porque amamos
menos. Nossa conexão emocional é gradualmente quebrada.
Perdendo a conexão emocional, pode parecer
que a infidelidade não é mais “tão terrível” e começamos a tentar justificar o injustificável: que aquilo que
prometemos diante de Deus e diante de nossos familiares e amigos, foi “uma
explosão de juventude”, uma “loucura” e como não vivemos como pensamos, começamos
a pensar como vivemos. Isso é visto com muita frequência no aconselhamento
matrimonial.
Para conseguir um casamento "à
prova de infidelidade", teremos que prevenir e para prevenir, temos que
trabalhar! Trabalhar em nosso relacionamento? Não é que nós amamos "sempre
tem que ser maravilhoso"? Pois não! Não importa quanto amor tenhamos um
pelo outro, se negligenciarmos um ao outro, o amor pode se deteriorar e se
perder. Mas, assim como pode ser perdido, também pode ser
encontrado todos os dias. Vamos ver como:
1. Antes de conhecermos
Como vou cuidar de algo que ainda não
existe? Como se mantém fiel a alguém que
ainda não conheceu? Em primeiro lugar, através da oração. Reza a Nossa Senhora,
a Puríssima, para que cuide de seu futuro cônjuge? Reza para poder reconhecê-lo
quando se encontrarem? Cuida de seus amigos e companhia? Cuida em ter um
comportamento de castidade? Tudo isso redundará em benefício de nosso
relacionamento futuro.
2. A paixão
Desde o primeiro momento devemos
construir um relacionamento forte e à prova de infidelidade! Desde a etapa da
amizade e durante o namoro. Como? Principalmente na castidade. Essa continência
inicial cuidará para amarmos e sermos amados. Se o relacionamento se tornar
"físico" durante esta etapa, é mais provável que seja apenas isso: um
relacionamento físico, onde o amor nunca pode crescer. Se, em vez disso,
dedicarmos esse tempo para nos conhecermos profundamente e forjarmos uma grande
amizade. O casamento será uma grande aventura juntos!
3. O diálogo
Desde o início, mas sobretudo a
partir do início da vida conjugal, o diálogo deve ser fluido, constante, sempre
presente. E o diálogo não é apenas comunicação, ou “transmissão de
informações”. Diálogo é entender a realidade do
outro, saber do que gosta, como se sente,
como está, do que precisa e uma vez descoberto tudo isso, colocar em prática! Para
dialogar, tem que haver um encontro de corações, e o encontro tem que ser
radicalmente profundo. Que depois de cada diálogo conjugal saiamos melhores do
que antes.
4. A vida de fé
Este não deveria ser o primeiro
ponto? É que os três estão intrinsecamente ligados. Estamos apaixonados, mas devemos estar em Deus. Dialogamos, mas dialogamos sobre as coisas de Deus. Cada ato de nossa
vida conjugal está aberto à transcendência. Em Gênesis, quando Deus cria a
humanidade, diz: "À imagem de Deus os criou, homem e mulher os criou...".
A nossa vida conjugal deve estar alicerçada na rocha, que é Cristo e ter um
cimento de união numa vida de fé profunda. A oração e a frequência nos
sacramentos são peças-chave de um casamento à prova de infidelidade.
5. Castidade conjugal
A castidade não é apenas "aguentar
até o casamento", durante a nossa vida conjugal as relações devem ser
regidas pela castidade conjugal. O que é castidade conjugal? Deixo a palavra ao
Papa Francisco: “… É um amor que não usa o outro para o prazer, que torna a
vida do outro sagrada. Eu respeito, não quero usar você." Na castidade conjugal, cuidamos do outro como de nós mesmos e como diz São Paulo: “Seja imaculado no leito conjugal” (Hb 13,4). Cuidemos
da pureza de nossos relacionamentos. Não vamos ver pornografia, vamos cuidar
dos olhares dos outros, vamos ter uma linguagem delicada entre nós. A
sexualidade conjugal não precisa ser uma maneira de satisfazer meus desejos,
mas de dar ao meu cônjuge o que precisa.
6. Renove as promessas
Toda vez que vamos a um casamento, ou
depois de participarmos da Eucaristia juntos, vamos tirar alguns minutos para
renovar nossos votos! Façamos da renovação diária uma
oração, como recomenda o Papa Francisco. Não precisa ter uma cerimônia
especial para renovar seu casamento (se quiser pode fazer, não há nada de
errado nisso), mas a ideia é que cada ato de sacrifício e amor no casamento
seja uma ocasião para renovar seu interior e o desejo de ser fiel à sua(seu)
esposa(o).
7. Sexualidade
Claro que a vida sexual do casal
evita infidelidades! São Paulo diz na primeira carta aos
Coríntios: “Não se neguem, a não ser por mútuo acordo e por algum tempo, para
poder dedicar-se mais intensamente à oração; depois volta a viver como antes,
para que satanás não tente se aproveite da tua incontinência”. (1 Co, 7, 5).
A sexualidade no casamento não é
apenas permitida, é recomendada! Santo Tomás de Aquino diz que na união sexual
dos esposos “não há sombra de pecado”. Parafraseando Chesterton diria que o
segredo para não querer a esposa do vizinho é querer a sua própria esposa. A
sexualidade conjugal contribui para a união conjugal como nada mais nesta
terra.
8. Perdão
Nosso relacionamento pode ter seus
altos e baixos. Podemos ter um dia ruim, tratar mal, mesmo quando amamos muito.
Como disse no início, a convivência pode nos fazer perder o respeito. Então
teremos que perdoar uns aos outros. E pedir perdão. Nessa ordem: esteja sempre disposto a perdoar primeiro e peça perdão o mais rápido
possível. Porque um bom casamento é a união de dois bons
perdoadores. E então, quando nos reconciliarmos, pois ofendemos o filho ou
filha favorito de Deus, vá e peça desculpas de joelhos no confessionário.
Nosso casamento, atual ou futuro, é a
melhor coisa que faremos em nossas vidas se formos chamados à vocação matrimonial.
É nosso meio de santificação e nosso caminho para o Céu, portanto, merece ser
cuidada sempre! Desde antes de iniciá-lo até "a morte nos separe",
sempre podemos torná-lo à prova de infidelidade.
Para avaliar nosso relacionamento
juntos:
Renovamos o propósito todos os dias? Oramos
por nosso cônjuge, atual ou futuro? Cuidamos ambos da castidade conjugal e da
pureza do leito nupcial? Recebemos a Eucaristia com frequência? Pedimos
desculpas? Perdoamos um ao outro? Rezamos em família? Todos esses ingredientes
nos ajudarão a ter sempre um casamento forte e à prova de infidelidade.
Fonte: CatholicLink