A
Igreja chegou aos povos movida pelo mandato de Jesus e pela fidelidade a seu
Evangelho. Agora, precisa descobrir com alegria e respeito as sementes do Verbo
na região.
Todo
o povo de Deus, com seus Bispos e sacerdotes, missionários e missionárias,
religiosos e leigos, é chamando a entrar com o coração aberto nesse novo
caminho eclesial. Todos são chamados a conviver com as comunidades e a
comprometer-se com a defesa de suas vidas, a amá-los e amar as suas culturas.
Os missionários, e também os que vieram de fora, devem cultivar a
espiritualidade de contemplação e de gratuidade, sentir com o coração e ver com
os olhos de Deus os povos amazônicos e indígenas.
A
espiritualidade praticada com os pés na terra oferece a possibilidade de
encontrar a alegria e o gosto de conviver com os povos amazônicos. Assim,
pode-se valorizar as riquezas culturais nas quais Deus semeou as sementes da
Boa-Nova. Devemos ser capazes também de perceber as coisas que estão presentes
nas culturas, e que, por serem históricas, necessitam de purificação, e capazes
de trabalhar pela conversão individual e comunitária, cultivando o diálogo nos
diferentes níveis. A espiritualidade profética e do martírio nos faz mais
comprometidos com a vida dos povos e suas histórias passadas, e, olhando
adiante a partir do tempo presente, com a construção de uma nova história.
Como
Igreja, somos chamados a fortalecer o protagonismo dos próprios povos.
Precisamos de uma espiritualidade intercultural que nos ajude a interagir com a
diversidade dos povos e suas tradições. Devemos somar forças para cuidarmos
juntos de nossa Casa Comum.
Para
finalizar e lembrar as palavras do Papa Francisco, queríamos pedir, por favor,
a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou
social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos 'guardiões' da
criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do
ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho
deste nosso mundo.