Primeiro chamado: a existência
O cristão sabe que sua existência é um
presente do amor de Deus, um chamado a compartilhar as maravilhas do amor
gratuito de Deus, cuja meta final é um encontro de comunhão íntima e plena com
Ele, como realização de todas as aspirações e desejos do ser humano.
A busca de todas as nossas legítimas
aspirações só se completa com o amor de Deus. Sem dúvida, são legítimas todas
as nossas aspirações e buscas através de nossas pequenas metas: crescer,
aperfeiçoamo-nos, alcançar uma profissão, a procura de um trabalho, a superação
de nossas limitações em qualquer aspecto. O ser humano está capacitado para
realizar-se a si mesmo mediante a busca do bem e da beleza. A força da salvação
vem a potencializar estes dinamismos e a levá-los à plenitude em Cristo.
Segundo chamado: participação em uma nova vida
O Batismo concretiza a resposta a um
chamado a participar da vida de Deus. Nesse sacramento nos tornamos novas
criaturas, somos transformados, pela participação na morte e ressurreição de
Cristo, mediante o Espírito Santo, em seres novos. Recordamos o diálogo de
Jesus com Nicodemos: “como pode um homem nascer de novo?” Mediante a
água e o Espírito Santo. Essa fé recebida no Batismo nos vem do testemunho e do
anúncio que faz a Igreja por meio de seus filhos. A fé se recebe, cresce nela e
se compartilha com os outros mediante nossa vida transformada em mediante a
proclamação explícita e clara do Mistério de Cristo, do que cada cristão deve
ser testemunho.
Os grupos da Infância e Adolescência
Missionária nasceram, precisamente, para fazer amadurecer a fé das crianças e
convertê-las em apóstolos e colaboradores íntimos de Cristo, na Igreja. Nos
dizia o saudoso Papa João Paulo II: “por seu novo nascimento como filhos de
Deus, os cristãos estão obrigados a confessar diante de todos a fé que
receberam por meio da Igreja e de participar na atividade apostólica e
missionária do Povo de Deus”.
Terceiro chamado: ungidos pelo Espírito
Santo e enviados ao mundo
O Batismo nos identifica com Cristo e a
Confirmação nos confere o Dom do Espírito Santo para que com a força possamos
ser testemunhas e defensores da fé e sejamos missionários – testemunhas de
Cristo – com as palavras e as obras (cf. Catecismo da Igreja Católica no.
1303).
A comunhão com Cristo e o presente de
seu Espírito nos fazem participantes da comunidade de Deus que se faz presente
através da vida fraterna, na Igreja. Dessa vida comunitária participam as
crianças e adolescentes da IAM, por meio de seus grupos. Como membros da Igreja
somos enviados a pregar o Evangelho até os extremos da terra, como costumamos
dizer, “além-fronteiras”.
Na Igreja, como membros de Cristo que é
sacerdote, profeta e rei, somos, pois, continuadores da missão que o Pai nos encomendou,
por isso somos apóstolos, quer dizer, chamados e enviados.
As crianças missionárias, como todos os
cristãos, podemos dizer como disse Cristo na Sinagoga de seu povo: “o
Espírito do Senhor está sobre mim porque me ungiu e envio a: anunciar a boa
notícia da salvação aos pobres, ser luz para que os cegos vejam, dar liberdade
aos que estão oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18s).
Nos quatro Evangelhos podemos descobrir
cinco ordens ou mandatos que Cristo dá a seus apóstolos de ontem, de hoje e
sempre e que devemos ter em conta:
- em Lc 10,1-14: ide por todo o mundo;
- em Mt 16,15-20: ide a toda criatura;
- em At 2,36-41: ensina-lhes a guardar tudo o que lhes
mandei;
- em Jo 14,13-21: eu estou com todos vocês até o fim do
mundo.
Devemos ter em conta que Jesus tem
muito claro o objetivo da missão: fazer presente o Reino de Deus e pregá-lo a
todos. Por isso IAM descubramo-lo, participemos dele e anunciemo-lo também nós.
Pe.
André Luiz de Negreiros