Os três chamados das crianças e adolescentes à Missão


Primeiro chamado: a existência
O cristão sabe que sua existência é um presente do amor de Deus, um chamado a compartilhar as maravilhas do amor gratuito de Deus, cuja meta final é um encontro de comunhão íntima e plena com Ele, como realização de todas as aspirações e desejos do ser humano.

A busca de todas as nossas legítimas aspirações só se completa com o amor de Deus. Sem dúvida, são legítimas todas as nossas aspirações e buscas através de nossas pequenas metas: crescer, aperfeiçoamo-nos, alcançar uma profissão, a procura de um trabalho, a superação de nossas limitações em qualquer aspecto. O ser humano está capacitado para realizar-se a si mesmo mediante a busca do bem e da beleza. A força da salvação vem a potencializar estes dinamismos e a levá-los à plenitude em Cristo.

Segundo chamado: participação em uma nova vida
O Batismo concretiza a resposta a um chamado a participar da vida de Deus. Nesse sacramento nos tornamos novas criaturas, somos transformados, pela participação na morte e ressurreição de Cristo, mediante o Espírito Santo, em seres novos. Recordamos o diálogo de Jesus com Nicodemos: “como pode um homem nascer de novo?” Mediante a água e o Espírito Santo. Essa fé recebida no Batismo nos vem do testemunho e do anúncio que faz a Igreja por meio de seus filhos. A fé se recebe, cresce nela e se compartilha com os outros mediante nossa vida transformada em mediante a proclamação explícita e clara do Mistério de Cristo, do que cada cristão deve ser testemunho.

Os grupos da Infância e Adolescência Missionária nasceram, precisamente, para fazer amadurecer a fé das crianças e convertê-las em apóstolos e colaboradores íntimos de Cristo, na Igreja. Nos dizia o saudoso Papa João Paulo II: “por seu novo nascimento como filhos de Deus, os cristãos estão obrigados a confessar diante de todos a fé que receberam por meio da Igreja e de participar na atividade apostólica e missionária do Povo de Deus”.

Terceiro chamado: ungidos pelo Espírito Santo e enviados ao mundo
O Batismo nos identifica com Cristo e a Confirmação nos confere o Dom do Espírito Santo para que com a força possamos ser testemunhas e defensores da fé e sejamos missionários – testemunhas de Cristo – com as palavras e as obras (cf. Catecismo da Igreja Católica no. 1303).

A comunhão com Cristo e o presente de seu Espírito nos fazem participantes da comunidade de Deus que se faz presente através da vida fraterna, na Igreja. Dessa vida comunitária participam as crianças e adolescentes da IAM, por meio de seus grupos. Como membros da Igreja somos enviados a pregar o Evangelho até os extremos da terra, como costumamos dizer, “além-fronteiras”.

Na Igreja, como membros de Cristo que é sacerdote, profeta e rei, somos, pois, continuadores da missão que o Pai nos encomendou, por isso somos apóstolos, quer dizer, chamados e enviados.

As crianças missionárias, como todos os cristãos, podemos dizer como disse Cristo na Sinagoga de seu povo: “o Espírito do Senhor está sobre mim porque me ungiu e envio a: anunciar a boa notícia da salvação aos pobres, ser luz para que os cegos vejam, dar liberdade aos que estão oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18s).

Nos quatro Evangelhos podemos descobrir cinco ordens ou mandatos que Cristo dá a seus apóstolos de ontem, de hoje e sempre e que devemos ter em conta:
- em Lc 5,17-24: todo poder me foi dado no céu e na terra;
- em Lc 10,1-14: ide por todo o mundo;
- em Mt 16,15-20: ide a toda criatura;
- em At 2,36-41: ensina-lhes a guardar tudo o que lhes mandei;
- em Jo 14,13-21: eu estou com todos vocês até o fim do mundo.

Devemos ter em conta que Jesus tem muito claro o objetivo da missão: fazer presente o Reino de Deus e pregá-lo a todos. Por isso IAM descubramo-lo, participemos dele e anunciemo-lo também nós.

Pe. André Luiz de Negreiros

A Infância e Adolescência Missionária (IAM) é uma Obra Pontifícia fundada em 19 de maio de 1843, por Dom Carlos Forbin-Janson. Presentes nos cinco continentes, as crianças e adolescentes missionários cultivam o espírito missionário universal, recitando uma Ave Maria por dia e doando um dinheiro por mês.