São João Maria Vianney: 10 fatos que revelam a vida
extraordinária do Cura d'Ars
Celebrado em 4 de agosto, São João Maria Vianney, conhecido como Cura
d'Ars, é padroeiro dos párocos e exemplo luminoso de humildade, fé e zelo
pastoral. Nascido em 1786 na França, sua vida foi marcada por inúmeras
dificuldades, que não impediram sua santidade e influência espiritual. A
seguir, conheça 10 fatos surpreendentes sobre esse grande santo da Igreja
Católica.
1.
Sua Primeira Comunhão foi marcada pela perseguição
Durante a Revolução Francesa, sacerdotes eram
perseguidos e missas, celebradas às escondidas. Quando João Vianney recebeu sua
Primeira Comunhão, carrinhos de feno foram colocados diante das janelas para
esconder a cerimônia das autoridades. Esse momento de fé profunda marcou sua
alma para sempre.
2.
Quase desistiu da vida sacerdotal
Com dificuldades nos estudos, especialmente no
latim, João pensou em abandonar a formação. Mas, incentivado por seu
orientador, fez uma peregrinação ao santuário de São Francisco Régis. Renovado,
seguiu em frente, revelando a força da vocação verdadeira.
3.
Tornou-se desertor involuntário
Convocado pelo exército de Napoleão, João
Vianney adoeceu gravemente. Ao tentar reencontrar seu regimento, acabou se
perdendo e sendo abrigado por um grupo que protegia desertores. Com o tempo,
assumiu um nome falso, fundou uma pequena escola e só anos depois foi
anistiado.
4.
Foi expulso do seminário
Mesmo após seu retorno à formação, foi expulso
por dificuldades com o latim. No entanto, foi acolhido novamente por seu antigo
mentor, padre Balley, que o preparou de forma particular. João foi finalmente
ordenado em 1815 — prova viva de que Deus capacita os que escolhe.
5.
Confessou seu próprio mestre
Padre Balley, que tanto o ajudou, foi o
primeiro a se confessar com o recém-ordenado padre João. Essa cena comovente
simboliza o reconhecimento da virtude espiritual que superava as dificuldades
acadêmicas.
6.
Fez uma profecia ao chegar em Ars
Designado para a pequena vila de Ars, disse ao
chegar: “A paróquia não será capaz de conter as multidões que virão aqui”.
Sua fama se espalhou, e Ars tornou-se centro de peregrinação. Diariamente,
milhares iam se confessar com ele. Chegava a passar 16 horas por dia no
confessionário.
7.
Devoto fiel de Santa Filomena
O Cura d’Ars chamava Santa Filomena de sua “agente
junto de Deus”. Após prometer celebrar 100 missas em sua honra, foi
milagrosamente curado. Construiu um santuário para ela e sempre atribuiu-lhe
graças recebidas.
8.
Sofreu tentações de desânimo
Apesar de toda sua fé, São João Maria Vianney
sofreu intensas tentações de abandonar seu ministério. Chegou a tentar deixar a
vila de Ars três vezes, mas sempre retornava. Sua luta interior o uniu ainda
mais a Cristo, que também enfrentou solidão e incompreensão.
9.
Combateu o demônio com fé e coragem
São João era frequentemente atormentado por
ruídos noturnos e até incêndios causados pelo demônio. Em uma ocasião, sua cama
foi incendiada antes da missa, e ele apenas comentou: “Não podendo pegar o
pássaro, o demônio queima a gaiola”. Sua resistência o levou a adquirir um
dom especial para expulsar possessões demoníacas.
10.
Nunca foi oficialmente nomeado pároco
Embora conhecido como o Cura (pároco) de Ars, nunca
foi juridicamente o pároco da paróquia. Ainda assim, consagrou toda sua
vida à santificação daquele povoado, unindo para sempre seu nome ao da pequena
vila francesa.
A
herança espiritual do Cura d'Ars
São João Maria Vianney foi proclamado padroeiro
de todos os párocos do mundo pelo Papa Pio XI em 1929. Sua festa, celebrada
em 4 de agosto, nos recorda que a santidade nasce da fidelidade às pequenas
coisas e da entrega diária ao serviço do próximo.
O Papa Bento XVI, ao instituir o Ano
Sacerdotal (2009-2010) por ocasião do 150º aniversário de sua morte,
afirmou:
“O seu exemplo é um apelo aos sacerdotes para
que testemunhem com a vida a presença do amor de Cristo”.
Por que veneramos o Cura d'Ars?
A Igreja venera São João Maria Vianney não
apenas pelos milagres, mas por sua fidelidade humilde, zelo missionário, vida
de oração e penitência. Ele é prova de que a graça de Deus transforma a
fragilidade humana em instrumento de salvação.
Que seu
exemplo inspire sacerdotes, leigos e todos os que buscam seguir a Cristo com
autenticidade.